Chocolate Sem Culpa – Parte II
Quando se compra um chocolate de qualidade, por vezes, encontramos , na embalagem, termos como ganaja, ocumare,caraibe,caraque, equateur, indonesie, etc. São denominações que correspondem a um tipo de chocolate em particular, cuja formula tem características especiais: percentagens diferentes de pasta de cacau, açucar e gordura; a procedência e o tipo de sementes empregadas, bem como as suas qualidades organolépticas (sabor, cor, aroma).
Os fabricantes oferecem, assim, múltiplas variantes aos consumidores: chocolates mais ou menos amargos, mais ou menos ácidos, mais ou menos fluidos, mais ou menos perfumados…
Actualmente, a Costa do Marfim é o principal fornecedor de cacau (produz 40% do total mundial). Seguem-se o Gana, a Indonésia, o Brasil e a Malásia. Setenta por cento das exportações destinam-se a países europeus, nomeadamente Portugal, França e Holanda. O restante vai sobretudo para os Estados Unidos, Russia e Cuba.
Os países que mais consomem chocolate, na Europa, são: Suiça, Noruega, Áustria, Bélgica e Grã-Bretanha – entre oito e dez quilos por pessoa e por ano.
O chocolate contém inúmeras substâncias que podem afectar a saúde, dependendo da quantidade de chocolate que se consome. Tal como dizia Paracelso, químico e alquimista do sec. XVI: “O perigo de uma planta depende apenas da dose”.
Vejamos:
Cafeína – Existe pouca cafeína no cacau e os efeitos estimulantes sobre o sistema nervoso central são pouco relevantes. Realmente, o café, o chá preto e as bebidas à base de cola são as maiores fontes de cafeína da dieta ocidental.
Teobromina – É uma substancia que estimula o sistema nervoso central , porém a sua actividade é moderada.
Feniletilamina – É uma substancia fitoquímica pertencente ao grupo das endorfinas (moléculas que produzem sensação de bem estar). A feniletilamina, também chamada FEA ou PEA ( a sigla em inglês), tem efeitos estimulantes no cérebro, de acordo com estudos efectuados sobre a depressão, o que levou a sugerir que possui uma actividade reguladora do estado de espírito.
Polifenóis – São compostos antioxidantes, aos quais é atribuída relação com a prevenção de certos tipos de cancro e da arteriosclerose.
A acção antioxidante de uma barra de chocolate que contenha 200mg de polifenóis equivale a:
– Um copo de 150 ml de vinho
– Duas chávenas de chá verde
– Quatro maçãs
– Cinco cebolas
Devido, precisamente, aos polifenóis, o chocolate pode armazenar-se por longos períodos ( desde que em condições adequadas), sem ficar rançoso e sem oxidar. Foi esta qualidade que fez do chocolate o alimento ideal para os soldados na Segunda Guerra Mundial; mantinha-se em excelentes condições e fornecia energia e nutrientes. A ração diária de cada soldado era de três barras.
Muito se poderia falar acerca do chocolate. Muitos dos mitos que se criaram à volta deste alimento, verdadeiro alimento dos deuses, não passam disso mesmo: mitos.
Não há dúvida, contudo, que é bom, contribui para o bem estar e ajuda o cérebro a libertar endorfinas e a sintetizar a serotonina.