A Má Língua
A Liliana, designer e o Victor, antropólogo, formam o casal mais simpático do Bairro da Graça. Visitei-os, há dias, para conhecer o bar de petiscos (e arte!) do nº. 1 da Rua da Senhora do Monte, o Má Língua.
A caminho do Miradouro, antes de iniciar a subida para apreciar uma das mais belas vistas desta cidade que me encanta, há que parar no Má Lingua para petiscar ou almoçar. Se já vem de regresso do Miradouro, por essa tarde fora, entre para petiscar ou jantar e fique para o serão.
Este bar, herdeiro da filosofia de bem receber, bem comer e bem beber do “Primeiro Andar”, que funcionou até ao Verão de 2016, no Ateneu Comercial de Lisboa, tem o talento da Liliana Escalhão na cozinha. A Teresa Ferreira, a outra sócia do Primeiro Andar, seguiu outros caminhos mas também está presente com o “NÓ” e os seus trabalhos de macramé que se espalham pelas duas salas como se quisessem marcar a presença da Teresa com os nós e pontas caídas. Aliás, o Má Língua é também um pólo de divulgação de artistas e artes, músicos, fotógrafos e pintores. Acaba por funcionar como uma galeria de arte onde também se come. Ou será um bar onde também se faz arte?
Em todo o caso, no Má Língua, come-se bem. A Liliana, natural de Castelo Branco e apaixonada pela criatividade na cozinha, desde sempre andou e baralhou à volta dos tachos e fogão. Enquanto estudante em Lisboa, trabalhou em restauração, em part-time, e criou um blog “Amigos e Sabores”. Estava dado o mote para reunir amigos e conhecidos num local onde cada um se sentisse em casa e onde os clientes passam a ser os amigos dos amigos.
O Victor, de Lisboa e antropólogo de formação é o responsável pela carta de vinhos, seleccionada e muito boa. Qualidade excelente. É também o Victor que gere a agenda cultural da casa.
A casa, em si, é muito interessante. È verdadeiramente um sítio onde nos sentimos em casa. O mobiliário foi comprado à associação Remar e assim foi dado um contributo importante para o apoio a pessoas socialmente excluídas. Há uma sala ao nível da rua, que convida a entrar como quem entra no alpendre da casa da vizinha, e depois há a sala da cave, mais elaborada, onde decorrem os espectáculos musicais, as tertúlias, as sessões de cinema, etc.
Os pratos são inventados pela Liliana, que não gosta nada da mesmice e do óbvio. E inventa – e muito bem!! – as deliciosas burratas com tomatada caseira, ceviche de peixe do dia, escabeche de frango assado com limão, alho e tomilho, folhadinho de alheira com urtigas, espinafre e tomate assado. Se quiser a salada de couve chinesa com frango em limão, hortelã e molho das Ásias ou a salada de presunto tostado com maçã, grão, couve roxa e molho picante de abacate, vai ver que não se arrepende.
Tem também as tibornas. De tomate, pesto de coentros, nozes e mozarela e a famosa tiborna de morcela com maçã, nozes e mel.
As tostas são todas em bolo Lêvedo dos Açores.
Todos estes pratos estão disponíveis no take away tradicional ou então – e aqui é que eu fiquei rendida!! – pode fazer um piquenique no Miradouro da Senhora do Monte ou no Jardim da Graça, pedindo qualquer prato para levar num cesto de piquenique, com toalha e louça, pagando uma caução, que será devolvida quando entregar o cesto, após o repasto e com o estômago aconchegado e a alma brilhante de alegria.
Acabe a sua refeição com o famoso Dito Cujo, o biscoito de chocolate, nozes e leite condensado. Ah! É verdade! Muito importante! Há pratos sem glúten, lactose, vegetarianos ou vegan.
Passe por lá e aprecie com a sua própria boca , as delícias que por lá se cozinham e veja com os seus próprios olhos as maravilhas que por lá se fazem.
O Horário: Das 13:00 à 01:00 Sexta feira e sábado até às 02:00
Fecha ao Domingo
A Morada: Má Língua Rua da Senhora do Monte, 1C, Lisboa Lisboa, Graça
O Telefone: (+351) 21 886 0537