As Minhas Escolhas
Faz precisamente hoje uma semana que me desloquei ao Centro Cultural de Belém para a Grande Prova Mediterrânica de Azeites e Vinhos do Alentejo. Aliás, já aqui falei deste evento mas hoje quero dar-vos a conhecer alguns dos vinhos que provei, alguns que já conhecia, outros que foram uma autentica revelação, para mim.
Como em tudo, as escolhas de cada pessoa são muito subjectivas. Únicas, portanto, porque cada pessoa é única. E eu sou eu! Mais ninguém poderia escolher segundo os meus critérios porque mais ninguém sente o que eu sinto ou é o que eu sou.
Assim, vou falar-vos um pouco de alguns dos vinhos que escolhi para a minha garrafeira: Virgo, Quetzal e Monte da Raposinha.
Proximamente falar-vos-ei da Fundação Abreu Callado, que tem vinhos muito bons mas também uma História que se perde lá atrás, no tempo em que as famílias passavam as terras de geração para geração.
A saber:
VIRGO
O produtor é a Herdade da Torre do Frade, Alto Alentejo, Distrito de Portalegre, Concelho de Monforte. A Freguesia de Santo Aleixo, onde se situa a Herdade da Torre do Frade é um local mágico, sem sombra de dúvida. Situada na sub-região do DOC Alentejo, nesta Herdade de exploração familiar, produz-se o Virgo, um vinho de castas Syrah, Trincadeira, Alicante Bouschet e Aragonês.
É um vinho jovem, com aromas de frutos vermelhos e muito elegante.
Tem a particularidade de ter um conceito original de rótulo: cada garrafa tem um rótulo em branco (virgem, portanto e virgo = virgem, em latim) onde cada pessoa pode escrever, desenhar ou registar o momento especial e único em que bebeu a garrafa do vinho. É curioso e muito original e certamente faz com que beber este vinho excelente não seja só um acto que fica perdido no tempo. De certa forma torna o momento eterno, enquanto a memória guardar o pequeno rótulo, algures, entre as recordações de uma vida.
Aconselho vivamente a degustação deste néctar. Já agora pode dar uma vista de olhos ao site deste produtor, que está muito bem feito e muito apelativo.
QUETZAL
Os vinhos Quetzal são produzidos na quinta do Quetzal, bem no coração do baixo Alentejo, nas encostas da Vidigueira. Muito perto situa-se a mais antiga adega vinícola romana da Península Ibérica.
A família proprietária da quinta, Cees e Inge de Bruin, holandeses com coração português, mantêm, há mais de 40 anos, uma forte ligação a Portugal. São coleccionadores e patrocinadores de arte contemporânea e o projecto da Quinta do Quetzal é o corpo da paixão pela gastronomia, cultura, natureza e vinhos portugueses.
A Quinta dispõe de Restaurante, Loja e, mais recentemente, de um Centro de Arte que abriga a vasta colecção privada da família e onde pode usufruir do know how desta família e das suas ligações ao mundo da arte.
A minha escolha vai para o Quetzal Reserva de 2012 Branco, que me reconciliou com os brancos alentejanos. É exclusivamente produzido a partir de uvas puras da casta Antão Vaz das vinhas mais antigas da Quinta. Tem um aroma complexo de frutos tropicais, tosta e especiarias.
Fica o site para consulta e para vos despertar o desejo de viajarem até á Vidigueira, terra que fez parte da minha infância e onde ainda se encontra a pureza das gentes simples.
https://quintadoquetzal.com/pt-pt/
Monte da Raposinha
O Monte da Raposinha situa-se em Montargil, na zona norte do Alentejo, conhecida pela qualidade dos seus vinhos, e pertence á família Ataíde desde finais do se. XIX.
A actual proprietária, Rosário Ataíde, era a “Raposinha”, nome com que o seu pai carinhosamente a tratava em criança. Daí o nome da propriedade e de alguns vinhos, numa homenagem ao próprio pai e a toda a família.
A produção do Monte da Raposinha é recente. A primeira vindima, em 2007, revelou todo o potencial e fertilidade do solo desta região. Inicialmente com apenas dois hectares de vinha plantada, hoje já com quinze, o Monte da Raposinha é o encontro feliz entre a paixão da família Ataíde pela terra, pela vinha e um espaço de lazer onde a família se reúne para produzir um vinho de excelência e qualidade impecáveis.
A minha escolha vai para o vinho tinto Furtiva Lágrima 2010. Profundidade no aroma, expressão pura de fruta, complexidade, notas florais doces. Taninos de luxo, finos e saborosos, macio, termina fresco e muito bem definido. Perfil elegante e com enorme gabarito. Castas: Alicante Bouschet, Syrah e Touriga Nacional.
Visitem o site.