Dióspiros Dourados

Por : Tia Céu | 0 Comentários | On : Setembro 29, 2016 | Categoria : Blogue

Embora ainda se faça sentir um calor descomunal, não há dúvida que o Outono está instalado: as noites já são mais frescas e os casacos já saíram dos roupeiros. As manhãs são mais curtinhas, pois a luz do Sol ilumina mais tarde quem sai cedo de casa. O calor já não tem a luminosidade dos dias de Verão. E por todo o lado começam a aparecer as frutas da época. Não tarda nada, as castanhas assadas espalharão o aroma pelas ruas da cidade e as frutas maduras e alaranjadas darão um ar dourado à atmosfera cinzenta dos nossos dias.

Hoje vou falar-vos de uma fruta típica deste tempo: o Dióspiro.

O Dióspiro é um fruto pouco comercializado e nem toda a gente aprecia a sua polpa gelatinosa e fria, composta basicamente por mucilagem e pectina, responsáveis pela aparência característica da fruta. O seu teor de açúcar, que varia entre 14% e 18%, supera o da maioria das frutas de consumo popular. É uma óptima fonte de sais minerais, como potássio, cálcio, fósforo e ferro, vitaminas A, B1, B2 e C e ainda betacaroteno. Consoante o seu teor em taninos, o seu sabor é mais ou menos áspero.

O Dióspiro é um fruto proveniente da Ásia, mais propriamente da China. Foi levado para a Índia e Japão, onde se cultiva desde o sec. XVII. Com o passar do tempo difundiu-se pelos cinco continentes. É uma espécie subtropical.

É uma fruta muito delicada, de difícil transporte e armazenamento, devido à sua extrema fragilidade, sendo por isso considerada uma fruta de baixo valor comercial.

É geralmente degustada ao natural embora existam algumas receitas de compotas, bolos e sobremesas com dióspiro.

Podemos encontrar esta fruta entre Outubro e Dezembro, à venda nos mercados. As vendas para o exterior são praticamente nulas, sendo 80% a 90% da produção nacional destinada aos mercados abastecedores dos grandes centros urbanos. No entanto, 95% dos dióspiros à venda em
Portugal provém de Espanha.

Pessoalmente, adoro Dióspiros, bem maduros, a desfazer-se na boca, ficando até  “lambuzada” , como uma miúda. E polvilhados com canela ficam parecidos com um verdadeiro manjar dos deuses.