A origem do Bolo-Rei
Julga-se que este bolo teve a sua origem em Roma e daí foi levado para França e, posteriormente, para Espanha. Quanto à sua introdução em Portugal, ela deve-se ao bisneto do fundador da Confeitaria Nacional, que trouxe a receita de Paris há mais de cem anos.
A origem da fava escondida no bolo-rei está ligada à seguinte lenda: ao visitarem Jesus, com a intenção de lhe oferecerem ouro, incenso e mirra, os três Reis Magos disputaram entre si a primazia de ser o primeiro a oferecer o presente. A questão ficou resolvida quando um artesão decidiu fazer um bolo, em cuja massa incorporou uma fava. Repartindo pelos três, o primeiro a oferecer os presentes ao Menino Jesus seria aquele em cuja parte se encontrasse a fava. O caso tornou-se conhecido e, daí em diante, passou a utilizar-se a fava sempre que houvesse necessidade de tirar à sorte uma pessoa para desempenhar uma tarefa ou pagar uma despesa.
Do ponto de vista histórico, sabe-se também que desde o período dos romanos se praticava o jogo da “rainha da fava”. Ainda hoje jogado em França, este jogo consiste em servir-se um bolo em família e fora de casa, no qual estão escondidas uma ou duas favas. Quem a encontrar na sua fatia é proclamado rei ou rainha, tendo o privilégio de expressar os votos de boas-festas na restante parte do dia. Em França temos a gallete des rois.
Uma outra lenda diz ter sido um bolo de fruta seca. Os crentes deviam comer doze daqueles bolos entre o dia de Natal e o de Reis. A côdea simbolizava o ouro; o miolo e as frutas secas, a mirra; e o aroma, o incenso.